
Ao som de canhões, aviões e cães latindo e rasgando coxas humanas,
Nas vastas filas de uma atroz e cruel caminhada ao fim de tudo...
Ainda persistia a vontade de primaveras presentes e futuras.
Nem mesmo a cara rabugenta de um soldado em armas
Conseguiu segurar a gargalhada estrondosa do menino de cabelo raspado,
Que vislumbrou no vôo majestático de uma borboleta multicor
O sonho de Ícaro, dando asas a seus pensamentos...
Quando a porta do barracão se fechou a mãe abraçou ao filho
Com tanta força que provocou lágrimas em todos,
O menino sorria para a sua mãe imitando a borboleta.
Mãe e filho, ao centro de toda aquela gente, beijavam-se.
Enquanto a fumaça mefistofélica impregnava o local,
Últimos suspiros foram dados e todos tombaram ao chão
A mãe ainda abraçada ao filho, que sorria ao porvir...
Ao porvir...ao porvir...ao porvir...ao porvir.
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