Aqui neste espaço divulgarei minhas poesias e de terceiros (os mestres), bem como textos interessantes e questões do dia a dia.
Balbúrdia
A chuva incansável ecoa,
na janela do meu quarto,
Um som liquefeito
entre raios e trovões;
Confunde meus pensamentos,
Parece que o mundo, a grande Gaia
Enojou-se de tudo e de todos.
Há uma balbúrdia de ventos lá fora,
Um céu que se fere a trilhões de volts
E não há anjos e nem deuses, senão a ânsia.
Aqui dentro há um menino perdido e com medo:
Não entende por que é tão pequeno,
Porque é tão pequeno...
REVELAR-SE
Nesta noite de ar tépido, estou sóbrio
(Nunca estive tão sóbrio como hoje).
Tento meditar como ensinam os manuais:
Encho e solto os pulmões de ar
E dou vazão aos meus pensamentos;
Eles são tão bravios, não há o que os segure.
Os vazios começam a ganhar vida, são monstros;
Já viu algum monstro? Atreva-se a olhar para seus abismos!
Sinto o corpo relaxado, batimentos equilibrados,
Parece que o corpo escapuliu-se pela janela indizível.
Agora só sou eu e minhas sensações e meus entraves;
Um ingênuo iria supor estar numa experiência metafísica,
Mas percebo que toda essa “loucura” é a mim imanente.
São tantas coisas, tento me focar em alguma delas
E parece que fisguei o meu maior medo, devo enfrentá-lo?
É necessário, pois ganhou toda a dimensão do pensamento.
Esse medo me acompanha há anos, desde a pré-escola.
Sim, vejo ele me acompanhando na salinha de brinquedos
No tanque de areia, no refeitório, na entrada e na saída.
Como se fosse meu melhor amigo, me acompanha até hoje!
Ele deve ser uma sombra que minha luz ainda não ofuscou,
Por isso, como estou diante dele, vou questioná-lo!
Preciso dar um corpo a este medo, para facilitar o diálogo:
Agora ele é um Tênis Bamba falando, não me pergunte por quê?
Responder a isso seria se aprofundar em águas além do possível!
Eu me aproximo do Tênis falante e pergunto: “Por que me persegues?”
Ele sorri ironicamente e responde: “Não te persigo, pois sou você,
Aliás, não sou você exatamente, mas uma condição, um atributo teu”.
De repente saio do transe, abro os olhos e choro ao me conhecer!
Te amar me absolve?
Vou aprisionar teus doces lábios aos meus
enquadrar tua fugidia alma em meu coração
te flagrar, em plena luz do meio dia da vida,
roubando sedutoramente meus sentimentos!
Não quero ser um ditador que poda tuas asas:
Se disser que não me quer na noite que se esvai
Concederei-te uma liminar em habeas corpus;
Só amamos veramente quando somos de todo livre!
De tuas mãos sairá o meu veredito por te amar,
Dependendo das tuas razões de bem decidir
Saberei se te amar é uma cela solitária da Sibéria
Ou a mais desejada liberdade em comunhão!
Frases de Lispector
Quando você se depara com frases profundas e libertadoras, a impressão é quase um orgasmo. Aliás, é um orgasmo,mas diferente! Ocorre na alma! Vejam só:
In: Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres
“De algum modo já aprendera que cada dia nunca era comum, era sempre extraordinário. E que a ela cabia sofrer o dia ou ter prazer nele. Ela queria o prazer do extraordinário que era tão simples de encontrar nas coisas comuns: não era necessário que a coisa fosse extraordinária para que nela se sentisse o extraordinário.”
"Não posso ter uma vida mesquinha porque ela não combina com o absoluto da morte."
In: Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres
Amor não Correspondido
Quando você se apaixona mas não está com esse alguém e esse alguém não te quer, tudo se resumirá em cachaça ou poesia (quem é rude no escrever ou cuja ideia não sai da cachola para o papel, ouve música daquelas de doer os cotovelos até do vizinho!).
Há alguns poucos que simplesmente desistem da vida, talvez por não suprir amor próprio e não tomar doses de Filosofia! Tristeza a gente sempre vence, ainda que com esforço e tempo! Do limão fazer uma limonada ou uma caipirinha!
Pode ser que o triste da gente se remedeie com os mais variados dos curativos, os "mertiolates do coração ferido". Cada um tem seu jeito de fugir da dor sentimental que lhe afoga o peito!
O amor não correspondido, o desejo incontido, é um absurdo de aparente contradição, pois o distante não é distante!
Já viu maior petulância inconsciente de quem a gente quer e não nos quer! O poeta Manoel de Barros, sintetiza essa maluquice:
Há alguns poucos que simplesmente desistem da vida, talvez por não suprir amor próprio e não tomar doses de Filosofia! Tristeza a gente sempre vence, ainda que com esforço e tempo! Do limão fazer uma limonada ou uma caipirinha!
Pode ser que o triste da gente se remedeie com os mais variados dos curativos, os "mertiolates do coração ferido". Cada um tem seu jeito de fugir da dor sentimental que lhe afoga o peito!
O amor não correspondido, o desejo incontido, é um absurdo de aparente contradição, pois o distante não é distante!
Já viu maior petulância inconsciente de quem a gente quer e não nos quer! O poeta Manoel de Barros, sintetiza essa maluquice:
"Tem mais presença em mim o que me falta."
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