Pela Rua Augusta


Comece a fina garoa
Ou comece a chuva,
Caminho pela Augusta:
Luzes de neon,
Mulheres semi-nuas,
Sinalizam com as mãos
Um convite de orgias!

Estou tão disperso,
Tão longe de mim:
Será que hei de encontrar
Uma alma augusta
Caminhando pela Rua Augusta?

Então eu caminho,
Meu jeito todo ingênuo
Contrasta claramente
Com a doce malícia da Rua,
Que me mostra pernas,
Escancara as coxas,
Me convida para a dança
Em teus bordéis multicores!

Sigo disperso pela Rua,
Uma puta que chora,
Maquiagem desbotada,
Recostada à sarjeta,
De repente me olha
E se supreende a sorrir.

No entanto, prossigo,
Olho para a alba lua,
E magicamente me lembro
De um sorriso paulistano
Que habita na Morada do Sol.

E vou-me indo...
Pela Rua Augusta,
Nesta Noite sem fim,
Nesta augusta hora
que me ponho a sonhar
Que ela há de me amar!

Continuo a jornada,
E como se fosse a cidade Sampa,
Meu coração do nada está a garoar
Nesta noite que teme em não findar!


28/05/2010 - Caminhando pela Rua Augusta, nas proximidades do Teatro Augusta

4 comentários:

AMOR IMERSO

Vejo meus olhos espiando a profundidade de meu ser Sinto meu corpo escorregando nos desfiladeiros de minha alma. E mesmo assim não perco...