Fogueira Insana


Um homem se ajoelha

Sangue escorre

De seus olhos

Negam-lhe a verdade

Trocam com a mentira

Suas profundas convicções:

Fustigam-no pela ciência

Chamam de pecado

O que há maior grandeza!


Surge um corvo dominicano

A esboçar movimentos febris

Esbraveja em latim

Um insano ritual in(santo):

O sino toca

O evangelho se fecha

E uma vela se apaga.


Mas...

À luz e ao modo

De Deus

O futuro traça

O triunfo

Do fustigado.


E a terra era redonda

E o sol era o centro.

E o homem era homem

E Deus era Deus.

E em algum lugar

Senão em todo

E em algum tempo

Senão sempre

Se convergem!

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