Pangéia


Estou triste hoje, não me pergunte o porquê.

Parece que li um poema de Manuel Bandeira,

Parece até que, completamente, me esqueci.

Nas esquinas as pessoas questionam o etanol,

Não entendem a taxa de câmbio, resmungam;

Passam testemunhas de Jeová e pregam beabá,

Mas o paraíso não nos resolve a inflação, como?

Um bêbado que se atropela cantarola o Cartola;

Ele fala da flor que rouba o perfume da amada,

E me lembro da rosa, triste rosa de Hiroshima;

Culpa dos jornais que relatam radiação no Japão,

E terremotos e tsunamis e ditadores que caem.

No entanto, tento e anseio ser alheio a tudo isso,

Apago a luz, deito-me e sonho com a Pangéia,

Como Drummond, sou anterior a fronteiras!

Um comentário:

  1. Nós seres humanos necessitamos aprender a pensar como espécie; a deixar as barreiras políticas a parte. Há tanta cultura, tanta Arte a ser compartilhada... Ao invés de darmos ouvidos à avidez e a pré-conceitos que geram tantos conflitos, deveríamos cultivar a humildade, a fraternidade, a paciência, o respeito mútuo et coetera.
    Fala-se tanto em deixar um mundo melhor a nossos filhos, todavia, não se ouve falar em deixar-se filhos melhora para o mundo.
    Parabéns, apreciei sua poesia e, escuse se não a interpretei devidamente.
    Também sou redator de um blog intitulado "Diálogo Livre" (http://livredialogo.blogspot.com/)
    Saudações.

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AMOR IMERSO

Vejo meus olhos espiando a profundidade de meu ser Sinto meu corpo escorregando nos desfiladeiros de minha alma. E mesmo assim não perco...